quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Ontem


Bebia-te insaciavelmente

saboreando cada gota do teu puro sangue

escorria incessantemente do cristal às minhas mãos

Inebriada, desfalecia

Submergia no desejo infindo de devorar-te

saboreando o silêncio de tua carne morta

transmutava em meio as tuas vísceras

Queimava-me,

Enquanto consumias delicadamente cada partícula de minha alma

tentava expurgar o tempo de nossa dimensão

Emergi

Os anjos debatiam-se em fúria gélida

Bradei aos céus um cântico de perdão

mas não havia tempo

o agora surgia imponente

expulsou-me de tuas entranhas

na garganta transpassaram-me uma espada de diamante

no último instante

Eis que surge o ontem

eternizado, por fim,

na ausência eterna do amanhã.



Is ª belle