Enquanto o tempo corre em linha reta, fazendo curvas que simulam uma salsa moderna, ela olha desesperada em todas as direções, não sabe dizer onde está sendo levada, mas ao menos tem consciência da farsa que a tão pronunciada liberdade carrega.
Percebe que se esvai. Ao longo do caminho sobram apenas os rastros.
Não há como segurar o tempo, que está sempre constante em sua dança. Passos milimetricamente contados - perfeitos e eternos. Mas ela não, não consegue acompanhar o ritmo daquela salsa e de repente pára. Olha pra trás e vê todas aquelas formas, os caminhos que percorreu, os diferentes ritmos e sons. Tudo o que passou está sumindo, foi transformado em poeira cósmica pelo tempo.
Esta poeira a compõe. A matéria é feita do agora. E o futuro é um esboço abstrato. Talvez morrer seja isso, ela pensa - O presente se decompondo na dança do tempo até não restar esboço algum do amanhã.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário