Hoje sonhei com você.
Nossos tempos mudavam de direção. Você, com o braço quebrado, me deixava na escola, sorria e me dava um beijo de despedida. Eu, assustuda, questionava o porquê do abandono e porque ali se já estava diplomada.
Era a materialização inconsciente da minha vontade.
Ontem sonhei com você.
Me olhavas tão fundo, mas a uma distância que me feria incessante.
Foi assim o nosso amor, verbo substantivado proferido por um.
No início tu vinhas e eu me afastava, até que me tomastes e eu me entreguei. Agora me diz um adeus calado.
O silêncio me mata, amor, o que posso fazer além de te retribuir verbalizando?
Sinto dizer que estavas certo; palavras são tudo o que temos. Mas não era pra ser assim.
Amanhã nos despediremos e voltaremos a dormir.
E eu que sonhava sempre com mortos, voltarei a desejar o céu no meu purgatório eterno.
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