terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mensagem de Natal

A vida é como um sopro, às vezes passa tão rápido que nem nos apercebemos.

Seria bom se pudéssemos viver cada dia com a emoção que o natal proporciona para muitos. Se pudéssemos fazer constante a reflexão sobre a importância de cada pessoa que passou nas nossas vidas. Se pudéssemos, o tempo todo, reavivar a memória com os tempos bons que nos faz esboçar um sorriso da alma.

Que prodígio seria o nosso dia-a-dia se conseguíssemos perceber o eterno milagre provocado pelo acaso. Este acaso que coloca determinadas pessoas em nosso convívio, algumas inclusive que podem nos provocar dissabores, mas como seria bom se você lembrasse todos os dias do crescimento que tudo isso te proporciona.

Seria bom se fosse constante dentro de nós aquele sentimento de amor, e se você pudesse lembrar que no fundo somos todos iguais, e ao mesmo tempo tão diferentes, pois todos temos qualidades e defeitos provocados por experiências únicas de vida.

É no Natal que fazemos, sentimos e recordamos tudo o que deveria ser recordado diariamente, mas que nem sempre conseguimos. E nos alegramos por esta data poder nos proporcionar isto. É no Natal que pensamos no quanto corremos o tempo todo, quantos sopros da vida conseguimos sentir com intensidade e prometemos a nós mesmos que daqui pra frente será diferente, que sentiremos mais, refletiremos mais e amaremos mais.

Neste Natal não desejo que ganhes bons presentes, mas que você possa sentir esta paixão pela vida, pelos momentos únicos e que consigas dizer àquelas pessoas que te fazem ir ao extremo do sentimento o quanto elas são importantes na sua vida.

É com este espírito que agradeço a todos que fazem este instituto e desejo um sincero Feliz Natal, com todas as coisas boas que ele pode te proporcionar.


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Montanha Russa

Não quero mais brincar de tentar compreender qualquer coisa incompreensível que eu sinta (por você), porque esta incompreensão machuca mais do que uma faca apontada para o seu pescoço e não acho que deveria ser assim. Não deveria ser assim, mas não acredito mais nas pessoas, e por mais que fale qualquer coisa, também não posso compreender qualquer coisa que você sinta, já que sequer consigo compreender a mim mesma.
Tenho medo porque assim como as coisas surgem do nada, elas desaparecem do nada também, e o que parecia ser inofensivo até certo ponto, pode acabar te matando em outro, entende?
Não quero mais brincar de tentar viver essas coisas todas. Veja bem, não há sentido algum em confraternizar com pessoas as quais não tenho nenhuma ligação, na verdade também não há sentido algum em confraternizar com quem quer que seja, pois não há como conhecer ninguém profundamente e mesmo achando que você conhece alguém você nunca conhecerá o suficiente pra saber o que ela realmente sente por você, ou por ela mesma, já que sentimentos e pessoas são egoistas e tudo e qualquer coisa gira em torno do própio umbigo.
E por mais que eu não queira mais brincar, e por mais que nada faça sentido algum eu continuo naquele conto de fadas que você me mostrou um dia. Sim, você me mostrou e eu criei uma versão minha, que você nunca conhecerá, mas que não consigo me livrar dela porque é boa demais pra ser jogada fora. Você deve saber do que estou falando porque você também deve ter feito uma versão só para você, a qual eu também não tomarei conhecimento e acredito que você também queira acabar com ela porque seria insanidade continuar com tudo isso, e acredito que você seja uma pessoa sensata, apesar de tudo.
E de alguma forma as coisas continuam andando por aqui, sabe-se lá para onde e nem porquê, mas elas estão andando sem controle algum da minha parte, por isso não posso dizer a direção que vai tomar, nem se irá parar um dia, antes que eu morra, claro, já que tudo para no instante em que se acaba.
Então tá, você diz, e não diz mais nada, como se nada importasse realmente e se na realidade a única pessoa que desejasse alguma coisa de verdade seria eu, mesmo tentando não desejar, mesmo tentando fazer com que tudo acabasse, porque já estive em muitas montanhas russas e chega uma hora que ou você não sente mais nada ou sente um desespero grande o suficiente para não continuar com qualquer coisa, e no momento acho que estou na segunda opção. São muitas curvas, muitas descidas e o coração vai pela boca, não quero mais brincar disso, já te falei. Quero brincar de qualquer outra coisa como passear no lago, andar de roda gigante, brincar de carrossel com um algodão doce na mão, sabe? Talvez não saiba, talvez você ainda não tenha sentido o suficiente, se emocionado o suficiente, confraternizado o suficiente, e todas essas coisas ainda parecem fazer sentido pra você, ou pelo menos você as ache agradável para continuar fazendo, mesmo que não faça sentido, mas é que pra mim não é mais nem um pouco divertido, pois já andei tanto que conheço todos os reais problemas que podem acontecer naquela droga de montanha russa.
Agora eu te digo um então tá, enquanto você vira e vai novamente naquele brinquedo dos infernos. Então tá, eu te digo e fico parada olhando você ir, sem poder te acompanhar, porque já não tenho mais idade pra fazer aquilo novamente, te falei que ia chegar um dia em que isso ia interferir, porque o tempo acaba por afastar as pessoas e mesmo que estejamos aqui vivendo ao mesmo tempo, estamos separados por um período longo o suficiente para te fazer querer ver coisas que já vi e não tenho nem um pouco de interesse em ver novamente.
Então vejo você acenando para mim e indo com aquelas pessoas que compartilham desse teu interesse, que também já foi meu, mas que deixou de ser, porque como te disse no início, as coisas deixam de ser simplesmente.
E talvez esse afastar-se seja um deixar de ser. Espero que não, pois mesmo fazendo coisas que não gosto de fazer, nem quero mais, elas são de alguma maneira muito boas, pelo simples fato de estar com você. Você deveria saber que gosto de estar com você em qualquer situação mesmo nas que não gosto, pois gosto de te ver, de te ouvir gritar e fazer coisas sem sentido algum. E mesmo não gostando de te ver naquele brinquedo, gosto de te ver regressar e voltar a ser só meu e quem sabe eu consiga te levar pra andar de roda gigante e comer algodão doce comigo, mas não acho que você esteja afim, e eu não estou tão afim de te ver partir o tempo todo.
Então não sei mais o que vai ser, nem como vai ser, por isso simplesmente aguardo as coisas tomarem suas direções e espero que elas tomem a direção certa, e espero que cheguem perto de algum conto bom, seja meu ou seu.

sábado, 21 de novembro de 2009

Então,

Por aqui, aquela vontade estranha de você o tempo todo.
Tento te matar, pois é assim que funciono. Mato pra eliminar o medo.
Eu não sei os meus porquês, imagino os seus.
Te quero tanto que é impossível conceber que me queiras na mesma proporção.
Por isso tento te matar, entende?
Espero.
Deixo o vazio me preencher. Ele será minha arma, pois já conheço aqueles caminhos.
Não conheço os teus. Mas sempre te imagino como um território minado.
Talvez por ter pisado onde não devia duas vezes, talvez não. Já nasci assim.
Deve haver uma maneira de você mudar isso, mas não me pergunte, pois não a conheço.
Então,
Por enquanto, é o que posso advertir.
Tentarei te matar, amor.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

And her infinite sadness

Era tarde
e ela voltava
no tempo,
lembranças se misturavam
mas o sentimento era igual
anos atrás
havia sonhos
os mesmo de hoje
mas a esperança era maior
que a solidão

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A Borboleta

Era um dia claro. Anunciando a presença do que estava por vir, os raios tocavam sua pele delicadamente. A água gotejava e se espalhava refletindo o brilho intenso do acaso.

Era um dia claro, quando tudo começou. A purificação da mente através de uma intersecção de sentidos. As dúvidas freqüentes que a preenchiam continuavam vivas, mas naquele instante não importavam mais, pois tudo estava claro.

É como mágica quando a luz invade e toma todos os espaços. Desaparece tudo ao redor. Só há luz e imensidão, luz e imensidão, luz e imensidão. Esta última é constantemente confundida com o nada pela sua grandeza, mas o nada é a ausência, e a ausência da luz é a escuridão, e a ausência de escuridão é a luz, e a ausência completa de qualquer coisa seria o nada.

Era um dia claro. Havia luz e imensidão e tudo o mais se escondia, inclusive o nada. Ela se sentia purificada ao ponto de esboçar um sorriso. Felicidade parecia um termo arcaico para exprimir a sensação. Era sublime, era calmo, mas não era feliz, nem triste.

Falava sempre das sensações que sentia, pois as compunham. A palavra sentimento era como uma pancada constante em seus ouvidos. Por ela media a mentira e suas frases prontas – Sinto muito, diziam. Sinto muito. O dela não era usado em convenções, por isso era sincero.

Era um dia claro. O sol refletia sua pele branca e a água a percorria quando ela apareceu janela adentro. Era negra como o ébano e voava em espiral pelo seu corpo. Pairava com esplendor enquanto por fora aquele corpo iluminado era inundado.

Era um dia claro. A borboleta pousou em sua janela e a observou. As duas se olharam, se estranharam e sentiram, sentiram muito. Aos poucos voltavam as obrigações para sua mente. A imensidão era preenchida por elas. A luz se apagava. A água cessava. E ela dizia adeus. Era hora de ir.

Era um dia claro. Não havia luz, nem água e a borboleta a via partir. Descia as escadas e seguia seu destino imaginando se a borboleta estaria lá quando retornasse, se voaria ao seu redor, se alcançaria seu olhar novamente.

Era um dia claro. Por dentro não havia mais luz, mas lá fora era insistente. O sol inundou seu corpo, mas não era como a água. Transpassou. E o vento, querendo seguir a luz, abriu um buraco em seu peito. Esboçou outro sorriso com o vento e seguiu.

A noite precedeu o dia e ela retornou. Subia as escadas enquanto seu coração saltitava. Estaria ainda lá, a borboleta? Queria vê-la voar, queria poder encará-la, queria conhecê-la, senti-la novamente e um pouco mais. Mas no fundo sabia, tinha certeza que não estaria lá. A borboleta não a pertencia.

Foi dormir para esquecer a escuridão, pois sabia que o dia a precede. Acordou. Era um dia claro, mas não como o de ontem. Não fora inundada pela luz, nem acariciada pelas águas e sentia, sentia muito por saber que aquela borboleta nunca mais retornaria.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Esboço

Enquanto o tempo corre em linha reta, fazendo curvas que simulam uma salsa moderna, ela olha desesperada em todas as direções, não sabe dizer onde está sendo levada, mas ao menos tem consciência da farsa que a tão pronunciada liberdade carrega.
Percebe que se esvai. Ao longo do caminho sobram apenas os rastros.
Não há como segurar o tempo, que está sempre constante em sua dança. Passos milimetricamente contados - perfeitos e eternos. Mas ela não, não consegue acompanhar o ritmo daquela salsa e de repente pára. Olha pra trás e vê todas aquelas formas, os caminhos que percorreu, os diferentes ritmos e sons. Tudo o que passou está sumindo, foi transformado em poeira cósmica pelo tempo.
Esta poeira a compõe. A matéria é feita do agora. E o futuro é um esboço abstrato. Talvez morrer seja isso, ela pensa - O presente se decompondo na dança do tempo até não restar esboço algum do amanhã.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ensinamentos da morte

A morte me ensinou
a deixar o passado onde está.
A vida tem pressa
E enquanto esteves entretido,
o tempo abriu as portas.
Ficastes só dentro de casa,
o sol refletia durante as manhãs,
mas não podias sentí-lo por completo.
O vento não te acariciava
E todo aquele amor,
todo aquele amor que eu tinha para ti,
estragou do lado de fora.

Te esqueço

E Enquanto não te esqueço
Perco tempo na dor.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Futuro

Hoje sonhei com você.
Nossos tempos mudavam de direção. Você, com o braço quebrado, me deixava na escola, sorria e me dava um beijo de despedida. Eu, assustuda, questionava o porquê do abandono e porque ali se já estava diplomada.
Era a materialização inconsciente da minha vontade.
Ontem sonhei com você.
Me olhavas tão fundo, mas a uma distância que me feria incessante.
Foi assim o nosso amor, verbo substantivado proferido por um.
No início tu vinhas e eu me afastava, até que me tomastes e eu me entreguei. Agora me diz um adeus calado.
O silêncio me mata, amor, o que posso fazer além de te retribuir verbalizando?
Sinto dizer que estavas certo; palavras são tudo o que temos. Mas não era pra ser assim.
Amanhã nos despediremos e voltaremos a dormir.
E eu que sonhava sempre com mortos, voltarei a desejar o céu no meu purgatório eterno.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Medo

Tenho medo de ser, de amar, de viver
Com você.

O meu silêncio é proporcional
a minha confusão.
Se calo é por medo
das diferentes sensações da tua presença
Que aumenta quando não estás
... Aquela falta estranha...
E os meus versos nunca foram tão ruins.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Um só

Um só
Você dizia
Eu, incrédula, me afastava.
Mas por dentro desejava.
Um só, eu queria
Uma Vez
Eu tentei
Abandonar minha casca.
Viajar até você
Um só, eu tentei.
Numa outra
Você ia
Era tudo brincadeira.
Um só não queria
Fiquei nua. Outra vez.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Redemoinho

Antes do amanhecer, levantei.
Caminhei aos meus afazeres. Relutei.
A água tocava meu corpo devagar.
Transmutação.
Tornou-me transparente.
Apressei-me.
Meu corpo se refletia nos primeiros raios da manhã
Brilhava através das últimas gotas.
Abri a porta,
Fui acometida pelo sol
Senti-me acariciar
Era tão refrescante e envolvente que não percebi
quando no meio do peito a brisa abriu caminho
Por ele passou o mundo
Girava em 360 graus
Momento intenso de felicidade.

No redemoinho estava você,
Levado pelo mundo junto à brisa.
Passou breve como o seu adeus.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Em 27/12/2003

Não sabe o que sinto
Nem pode mensurar,
Não sabe que qualquer palavra sua me afeta
Nem percebe que só depende de você
Mas só depende de mim.

Quero uma voz que sobreponha meus pensamentos
Que acalme meu espírito
E só há uma voz.

Preciso falar, escute!
Não posso mais
é vazio e não há mais nada -
nenhuma esperança

Mas ainda há o desejo,
E como te desejo...

Espera!

És tão frio,
tão distante e tão vago.


Há tempos avistei uma luz

E todos os meus desejos foram resumidos,
escorridos,
espalhados ao olhar de todos.


Deslumbravam mas não entendiam

que não tenho mais forças para levantar.

Esvaí-me sem mais esperar

Sem sentir, nem ver

Pois o que mais desejava era não mais desejar.